A PKT Desenvolvimento Empresarial, afiliada à Fundação Dom Cabral (FDC), tem aproveitado esse momento de difusão de conhecimento por meio de lives para trazer à tona assuntos pertinentes nesse cenário de pandemia da Covid-19.
E um dos nossos últimos encontros online, em 14 de maio, reuniu um time de professores da FDC e da Construtora Planeta para tratar da temática “Como aumentar a rentabilidade e segurança dos seus investimentos em tempos de incertezas e juros baixos”.
A live, com mediação de Flavio Nusbaum, da FDC, contou com participação do também professor da Fundação Geraldo Figueiredo; do presidente da Planeta, Ricardo Guimarães; e do diretor comercial da construtora, Henrique Penteado.
O encontro foi dividido em blocos: apresentação de breve currículo dos participantes, explanação de cada um deles, atendimento a perguntas e considerações finais.
Presidente da Construtora Planeta, Ricardo Guimarães contou um pouco de sua história para embasar o conselho que deu aos investidores: trilhar o mesmo caminho que ele de ter ativos reais e com segurança.
Atualmente com 52 anos, Ricardo começou a empreender aos 17 e, nessa jornada, passou por diversas crises econômicas. Ele fez inclusive um comparativo do perfil do investidor ao longo dos tempos. Antes da década de 80 havia o investidor apenas de ativos reais, cuja poupança era feita com alimentos, bens e estoque – no caso de comerciantes. Depois, a baixa oferta de opções investimento somada à comunicação maciça dos bancos, aculturou o brasileiro a investir quase que exclusivamente nestas instituições. Hoje há opções mais diversificadas de carteira.
Foi na década de 80 que Ricardo começou a empreender. Natural do interior, ele diz que pessoas do seu convívio e que serviram de exemplo tinham três características: disciplina para poupar, boa visão de mercado/futuro e controle dos seus ativos. O que fez com que se tornassem poupadores/investidores e construíssem um patrimônio.
Ricardo considera ser um investidor um pouco conservador, diz que há mais de 20 anos não investe em banco e procura ficar atento às oportunidades de adquirir imóveis bem localizados. “Tive acesso a pesquisas que apontam que nos últimos 200 anos, no Brasil, imóveis nunca caíram de preço. São ativos reais e boas alternativas para o período em que estamos vivendo. É um caminho mais seguro”.
E cita Warren Buffett, o maior investidor do mundo e autor de grandes frases. Uma delas é: “Apenas invista em negócios simples, que você entenda”. “Algo que vai um pouco contra o aconselhamento do mercado de diversificação, mas que procuro fazer é colocar os ovos em uma só cesta e cuidar muito bem dela ao invés de colocar os ovos em diversas cestas”, finaliza Ricardo.
O economista e consultor em Finanças e Estratégia Geraldo Figueiredo aproveitou o “gancho” do presidente da Planeta para “voltar ao passado” e afirmou que, embora o mercado de investimentos esteja sofisticado, o momento atual de pandemia é atípico e tende a ser o maior período de recessão desde a Depressão de 1929.
Mesmo com a crise de 2008, as últimas duas décadas foram de muita liquidez, alternativas de aplicações e horizontes relativamente controlados, mas o cenário nos últimos 60 dias é de “hecatombe econômica” e, por isso, precisa de bastante reflexão.
E para ajudar os espectadores, apresentou indicadores como os da Ibovespa, que fechou 2019 com 115.600 pontos e estava por volta de 77.000 pontos até o dia da live. A taxa de juros, que era de 4,5% no final de 2019, está projetada para 2,25% segundo estimativa do Banco Central – lembrando que há quatro anos estava em 14,25% e, há 15 anos, em 30%.
Diante desse cenário, Geraldo diz que é preciso olhar para um horizonte mais curto, proteger a liquidez e, ao mesmo tempo, preservar o patrimônio com estratégia. E sempre há alternativas de curto prazo muito atrativas, embora a segurança diminua em carteiras de maior rentabilidade.
“O momento requer reflexão porque temos um cenário completamente adverso e o mercado internacional está olhando para o Brasil com lupas muito mais severas. Estamos chegando a um ponto em que estão projetados para o início de janeiro juros reais negativos e aí vem a pergunta: devo privilegiar minha rentabilidade, minha liquidez ou minha segurança? Qual é minha melhor carteira?”, diz Geraldo. E a resposta é: vai depender do seu perfil.
O diretor comercial da Planeta, Henrique Penteado, também apresentou indicadores comparando o cenário dos investimentos financeiros ao setor imobiliário com a tese de que este último traz muitas oportunidades, sobretudo a investidores que visam receitas recorrentes com aluguéis.
Por meio de pesquisas do Secovi-SP e do Cresci, mostrou um panorama de lançamentos imobiliários dos últimos anos no interior do Estado de São Paulo, o indicador VSO (Vendas sobre Ofertas) e uma variação do valor dos aluguéis em cidades do interior do Estado, capital e litoral.
Ciente de que muitas pessoas irão imaginar que o setor imobiliário deve arrefecer diante de um cenário pandêmico, Henrique fez um contraponto com o cenário do investimento financeiro e trouxe números reais de que o dinheiro na poupança hoje é um investimento atrativo e sem riscos, mas a rentabilidade será menor que a inflação. De maneira resumida, o diretor comercial aponta que:
Para finalizar, Henrique mostrou dados do Google Trends com uma ascensão à busca por “aluguel de imóveis”. “Se de um lado temos um cenário desafiador e único para os brasileiros, também há uma janela de oportunidades interessantes ao mercado imobiliário.”
Após a explanação, os participantes responderam a perguntas dos espectadores sobre o cenário de recuperação para o setor imobiliário, se o momento é mais oportuno para compra ou venda da imóveis e em qual tempo um imóvel de locação retorna em lucratividade.
Além disso, o professor da FDC Geraldo Figueiredo abordou como os investidores institucionais têm se posicionado em relação à entrada de ativos imobiliários nos seus portfólios. A íntegra pode ser acessada aqui.
A pandemia do coronavírus, ligada à recomendação de isolamento social e fechamento dos serviços não-essenciais, colocou as empresas diante do desafio de se reinventar. Seja agora mesmo ou após o período de disseminação da Covid-19, surgirá um cenário inédito para todos os negócios.
Com as mudanças constantes no mercado e o isolamento que impede compra e venda em lojas físicas, se fazem cada vez mais necessárias formas mais eficazes de venda no ambiente digital. E foi para apresentar uma nova metodologia de Vendas Digitais que a PKT Desenvolvimento Empresarial organizou, em parceria com a Fundação Dom Cabral (FDC), uma live na última semana. No encontro, Flavio Nusbaum e Renata França, os dois docentes da FDC envolvidos com a metodologia, apresentaram esses novos métodos e mostraram a urgência em colocá-los em prática.
A live foi intermediada por Mariana Teixeira, diretora da PKT Desenvolvimento Empresarial, que apresentou os professores e reiterou que a metodologia está disponível como mentoria às empresas que fazem parte do Programa Parceiros para a Excelência da FDC (PAEX) ou àquelas que queiram adquirir o módulo de maneira customizada.
A professora Renata França frisou que a abordagem do encontro de vendas digitais teria aderência maior para as empresas B2B (business-to-business) ou por aquelas B2C (business-to-consumer) que têm vendas complexas. E antes de trazer técnicas e ferramentas, disse que é preciso pensar em segmentação de mercado e no seu afunilamento:
Seja nesses diferentes níveis de mercado ou até mesmo inserido especificamente em alguns deles, algumas reflexões precisam ser feitas tendo em vista um cenário pré-coronavírus em termos de atributos demográficos, geográficos, de especialização, de atuação, etc.
Entre esses critérios de diferenciação estão:
Atributos demográficos, geográficos, especialização…
Necessidades, satisfação, status, posicionamento de negócio, competitividade…
O que compra, onde compra, o que valoriza, com que frequência compra…
Renata afirmou que todo esse conjunto de critérios ajuda a segmentar e entender melhor o cliente, que depois pode ser analisado por meio de duas variáveis: demanda técnica e importância do produto/serviço ofertado.
E neste contexto de crise é fundamental conhecer os clientes, entender suas particularidades, suas dores e preocupações. Só assim será possível definir a melhor abordagem a ser feita daqui para frente.
Na esteira da professora, Flávio Nusbaum explicou que a empresa também precisa deixar evidente quais seus processos de venda e os gatilhos que levam até eles. Ele exemplificou o conceito de um processo de cinco etapas de uma empresa: suspeita, oportunidade, negociação, fechamento e pós-vendas.
E elencou os gatilhos que levariam à cada mudança de etapa: reunião de qualificação, envio de proposta, retorno/decisão do cliente e assinatura do contrato. Para Flávio, é importante o uso dos mesmos gatilhos para que as estatísticas não se percam.
“Outra questão importante é deixar evidenciada a forma de contato durante cada etapa, se foi por telefone, e-mail, reunião, whatsapp ou qualquer outra forma. Ao registrar a forma de contato no CRM, começará a aprender qual a melhor delas e terá mais sucesso em cada etapa do fluxo de vendas”.
Flávio fez ainda o mesmo processo anterior no formato de ampulheta de vendas e expandiu a etapa de pós-vendas em retenção, up sell/next sell/cross sell e indicação/referência. Na oportunidade falou sobre jornada de compra e jornada do cliente e do perfil dos vendedores: hunter ou farmer.
Apesar do período de reclusão social, as empresas precisam continuar produzindo, com responsabilidade social e econômica. E assim que o período Covid-19 desaparecer, todos os setores da sociedade devem voltar à normalidade, mas o cenário será diferente daquele de antes da pandemia.
Será vivenciado um “novo normal” em que o legado de Charles Darwin se fará presente: nem o mais forte e nem o mais inteligente sobreviverão, mas o que se adaptar melhor. E essa é a oportunidade das empresas se reinventarem com a ajuda deste encontro. Flávio deixa bastante claro que a tecnologia é uma grande aliada para geração de leads, já que as equipes não podem estar nas ruas visitando clientes. LinkedIn, Google e outras ferramentas de busca e base de dados disponíveis na internet são fundamentais para “popular” o topo do funil com suspeitas que serão convertidas em oportunidades.
E o CRM (Gestão do Relacionamento com o Cliente) é outra ferramenta que funciona como um repositório único das informações e traz inúmeras vantagens para as vendas digitais:
– centralizar todo o histórico de relacionamento com o cliente ou potencial cliente;
– apropriar-se dos relacionamentos com clientes;
– gerar estatísticas de conversão de cada etapa do processo;
– entender o ciclo de venda – quanto tempo leva para converter um cliente;
– monitorar o ticket médio – valor médio de vendas por cliente.
Com um CRM bem estruturado e bem implementado, a gestão comercial se torna matemática. E há outra ferramenta usada digitalmente para aumentar as taxas de conversão: o cold calling 2.0.
Em resumo, cold calling é uma técnica de vendas que consiste em fazer um contato com um potencial cliente que ainda não possui nenhuma relação comercial prévia com a empresa.
E se antes esse contato era mais telefônico, a dificuldade em conseguir chegar ao cliente e fazer com ele disponibilizasse parte do seu tempo mudou essa forma de relacionamento inicial. E na live o professor Flávio explica quatro passos essenciais para que funcione.
Após apresentar os conceitos de inbound e outbound, Flávio e Renata fizeram um bate-bola do que seriam “As chaves para o sucesso” de uma empresa em meio à pandemia do coronavírus.
A primeira é a preparação e está ligada ao estudo do cliente antes do contato, à elaboração de um e-mail “vencedor” e a perguntas “matadoras” que devem ser feitas quando o cliente retorna o primeiro contato. Os professores trouxeram exemplos que podem ser colocados em prática.
A segunda chave é o mapeamento do cliente mediante alguns papéis: PB – Power Buyer (quem decide), TB – Technical Buyer (quem influencia), EB – Economic Buyer (quem assina o cheque) e Coach (amigo).
A terceira chave do sucesso é a proposta de valor que deve ser ajustada após aquisição de um novo patamar de conhecimento do cliente. E a quarta – e última – é a performance dos vendedores diante de cada processo de venda, tanto com métricas quantitativas quanto com métricas qualitativas.
É preciso entender que informações e reportes não são meras burocracias, mas fundamentais para dar consistência às vendas, ainda mais em um momento novo pelo qual as empresas estão passando – e passarão. E o compartilhamento dessas práticas é uma questão-chave para o gestor do time de vendas.
Ao final, Flávio e Renata responderam a perguntas gerais e específicas dos participantes da live e que podem ser as dúvidas de grande parte das empresas. Foram sugeridas estratégias e dicas de como superar alguns desafios.
Esta é a hora de se reinventar e buscar novas formas de enfrentar o momento incerto que estamos vivendo. Para quem ainda não iniciou sua empreitada de vendas no universo digital, esta é a oportunidade de acelerar esse processo e colocar os planos em prática. Quem já tem um braço de vendas online pode aprimorar ainda mais seus processos seguindo preceitos e metodologias bem definidas. E fazer isso com o auxílio de especialistas é estratégico para realizar tudo com a agilidade necessária e minimizando erros. Fale com um de nossos especialistas e conte com esta eficaz metodologia de vendas digitais na sua empresa.
A fim de apoiar seus clientes durante o momento crítico que estamos vivenciando, a PKT Desenvolvimento Empresarial, em parceria com a TOTVS Interior Paulista, promoveu um bate-papo online para discutir os impactos e insights para a gestão ágil durante o período de isolamento social. Além disso, também teve o propósito de auxiliar empresas a se estruturarem para encarar o novo mundo em transformação no pós-crise, levando em conta suas ameaças e oportunidades.
Participaram do encontro online Pádua Teixeira, Presidente da PKT Desenvolvimento Empresarial, e dois representantes da TOTVS responsáveis pela unidade Interior Paulista (TOTVS IP), Luis Mulla, Diretor Comercial, e o CEO William Oliveira, que mediou a conversa.
Para Pádua, a vivência junto das mais de 70 empresas atendidas pela PKT hoje mostra como o mundo mudou e as empresas precisam acompanhar as mudanças com urgência. Agora, a palavra-chave é execução e, independente dos erros que ocorrerem, as empresas devem agir e ter capacidade proporcional de corrigí-los com rapidez. Segundo o Presidente da PKT, com isso em mente, as empresas e empresários precisam voltar suas atenções para a comunicação junto a todos seus stakeholders, a fim de evitar que a falta de conhecimento ou transparência sobre suas ações seja seu calcanhar de aquiles neste momento crítico.
E aqui, o papel da liderança será fundamental para enfrentar os desafios atuais da crise e os que estão por vir. Entre as ações que se espera do líder, Pádua destaca:
Luis Mulla, Diretor Comercial da TOTVS IP, ressalta que 2020 era para ter sido considerado o ano da recuperação no país, ano da virada depois de tantas “tragédias”, econômicas ou não, vividas, como a crise de 2008 e 2015, H1N1, impeachment presidencial. “Assim, não é exagero dizer que tivemos que entrar em retenção de demanda pela pandemia justamente no momento em que saíamos de período recessivo muito grande”, explica. Para Luis, aqui o papel é fundamental. Segundo o Diretor Comercial, nenhum profissional foi treinado em uma faculdade para se preparar para o que estamos enfrentando hoje. A última pandemia que o mundo conheceu foi a gripe espanhola, de 1920. “Podemos entrar em recessão mundial e isso deve mudar nossos hábitos. Teremos que romper com muitos conceitos pré-existentes”, reforça.
Pádua Teixeira apresentou um panorama de quais segmentos devem ser os mais afetados pela crise e trouxe uma perspectiva de recuperação – a apresentação na íntegra você confere aqui.
Segundo o Presidente da PKT, todas as empresas cuja demanda está em queda terão que se reinventar para viver. “Este é uma perspectiva atual, de como estamos hoje. Se projetarmos para daqui três meses, deve mudar completamente. O perfil do consumidor é outro, assim como seus hábitos. E aqueles que souberem acompanhar esse movimento, devem se sair bem da crise”, garante.
Luis Mulla inclui um segmento entre os que não devem ser tão afetados durante a crise: o de agronegócio. “Talvez seja o único que sustente o Produto Interno Bruto (PIB) este ano”, afirmou. Para Luis, onde houver a possibilidade de aglomeração de pessoas provavelmente terá uma recuperação mais lenta. Ainda assim, ele diz que a capacidade de reinvenção que os profissionais de setores como eventos têm é impressionante e que podemos ser surpreendidos em alguns momentos. “Prova disso são as lives que diversos artistas têm realizado e que são rentáveis e de sucesso”.
Do lado indústria, o Diretor comentou sobre a queda sensível que sofreu o setor automobilístico. Ele relembrou a declaração do presidente da Volkswagen Brasil, de que a recuperação das montadoras brasileiras requer investimento de três anos em um. “O Brasil tem as maiores montadoras do mundo aqui, vai ter que dar jeito”, assegurou.
Reforçando a questão de crescimento da tecnologia e comércio eletrônico apontada por Pádua, Luis comentou sobre a VTEX, plataforma de E-commerce parceira da TOTVS. “Não apenas no Brasil, mas no mundo, o comércio eletrônico explodiu. O crescimento do número de usuários dos últimos 30 dias é proporcional ao volume de usuários conquistados pela empresa em 5 anos”.
O CEO da TOTVS IP, William Oliveira, também deu seu parecer sobre os segmentos afetados. Além de saúde, indústria e comércio, merecem destaque os serviços ligados à tecnologia, inteligência artificial e biotecnologia. Entre as áreas que devem valorizar ainda mais estão indústria de alimentos, setor agro, higiene, distribuição de medicamento. “Apontam crescimento também a indústria da solidariedade (terceiro setor) e área jurídica”, ressaltou.
William questionou Luis e Pádua sobre qual a visão sobre a recuperação da economia e sua velocidade. “Vocês acham que o desemprego das áreas mais afetadas citadas pelo Pádua podem puxar muito para baixo a retomada econômica mundial acelerada, como os analistas estão prevendo?”
Luis afirmou que a retomada da economia mundial deve ser regionalizada no mundo, mas, no Brasil, acredita que possa ser melhor e mais rápida que demais países, já que a Europa vinha de processo de retração e recessão, e os Estados Unidos não tinham uma retomada forte na economia. “Para que isso se torne realidade, o Brasil precisa mudar a interdependência que tem com a China. Ficou claro que não podemos ter um país (China) como nosso único distribuidor mundial de certos produtos, vai contra a regra da economia. Essa “China-dependência” deve diminuir, trazendo empresas de volta para o nosso próprio país, ainda que dependa de muitas coisas para isso acontecer”, alertou Luis.
Outro ponto que interfere diretamente nessa recuperação está ligado aos empregos. Para Luis, nossa legislação trabalhista tem particularidades que outros países não têm. Nos Estados Unidos, por exemplo, as pessoas ganham por hora, não tem encargos e empregadores podem mandar embora e recontratar com mais facilidade, ou seja, a curva do desemprego ascende rápido, mas a retomada é mais ágil. “No Brasil, nossa lei é mais dura. Com a Medida Provisória 936 estamos tentando manter empregos aqui”, explicou.
Pádua concorda com Luis sobre a questão da manutenção dos empregos. Segundo ele, a MP 936 foi uma jogada de mestre pra manter emprego, mas depende de resolver problema sanitário de forma correta. “O Brasil é enorme, temos cidades em que nunca imaginávamos que teríamos uma propagação tão séria da doença, como Manaus. São fenômenos que preocupam”, alertou.
Sobre a retomada do crescimento, Pádua afirmou que há grandes chances de termos uma curva em V, com retomada rápida, mas não dá pra saber como será, tendo em vista o lead time incerto. “Especialistas mais otimistas acreditam que acontecerá em julho e agosto; os pessimistas, em setembro e outubro”.
William Oliveira comentou sobre um termo interessante e que tem sido cada vez mais recorrente no período incerto que estamos vivendo. Segundo ele, deixamos de pensar no Just in time, para focarmos no Just in case. A fala cada vez mais comum é que precisamos sobreviver ao agora e nos preparar para o futuro. Entre a combinação de ações imediatas estariam aquelas voltadas para a saúde financeira da empresa, como reforçar o caixa, e para inovação, não apenas tecnológica, mas em todos os setores. “Como vocês estão vendo as empresas se prepararem para isso?”, provocou o mediador.
Pádua usou uma metáfora para ilustrar o momento. “Imagine um boxeador que levou uma porrada e ficou zonzo. É assim que a maioria das empresas está se sentindo. Quem montou um comitê de crise, saiu na frente. Isso porque definiu atividades para serem executadas e corrigidas rapidamente, e deve atravessar a crise melhor que as outras”, esclarece. Ainda assim, ele diz que não basta ter o comitê. “Há empresas de segmentos específicos que vão sofrer mais, como do segmento automobilístico. As montadoras devem começar a voltar em julho e, até lá, toda cadeia foi impactada. Os fornecedores menores estão sofrendo muito e precisando de ajuda dos grandes para sobreviver. Em contra partida, os grandes precisam ajuda-los, ou quando a crise passar, não terão de onde comprar parte dos produtos vitais para seu trabalho”, explicou.
Para Pádua, a empresa que não se transformar tem poucas chances de sair vitoriosa desse momento. Ele se pautou no conceito de ambidestria estratégica para explicar como deve ser a transição entre o momento atual e o que deve vir a seguir. “Todos estamos em regime de emergência e olhando para o agora. Mas não podemos nos esquecer do futuro, temos que trabalhar essa dualidade para equilibrar o momento atual e o próximo, que basicamente deve se materializar no segundo semestre. Todos já precisam saber qual é seu break even, como focar na recuperação de caixa, definir novos investimentos, entre outras ações – tudo isso já precisa começar a ser pensado agora. Esta transformação que as empresas estão sofrendo deixará um legado de aprendizado”.
Luis compartilha da mesma opinião que Pádua. “Quem montou um comitê de crise, com certeza está melhor, Nós mesmos fizemos isso antes do lockdown”, contou. No entanto, ele reforça a questão de não apenas montar o comitê, mas estruturá-lo, considerando a visão holística e sistêmica dos fatos, ainda mais porque hoje há uma intervenção governamental considerável, oferecendo subsídio para empresas e profissionais se manterem. “É necessário olhar o processo como um todo, pois o comitê não serve apenas para sobrevivência. É preciso responsabilidade e cabe à liderança o papel de olhar processo e entender o todo. Empresas gastam 30 dias para criar ações e apenas uma hora para avaliação estratégica de tudo que foi feito. Isso precisa mudar, as duas coisas precisam acontecer de forma ágil, focada e organizada”, explicou.
William apresentou mais uma questão que chegou pelo chat. “Se vocês pudessem entregar uma pauta com cinco projetos ou iniciativas que o governo deve seguir no pós-crise, quais seriam?”
Para Luis, o Brasil deveria pensar – e investir – em infraestrutura: energia, rodovias, aeroportos, hospitais e internet, entre tantos outros. “Investir em tecnologia será um grande passo, as empresas precisam de flexibilidade no acesso à tecnologia. Considero também que o apoio à inovação, vindo do Ministério da Ciência e Tecnologia, deveria ser revisto, tendo em vista que é dali que vem nossos cientistas”, diz. Ele também informa que sua expectativa é que o Brasil enxergue agora uma oportunidade de mudar, de criar centros de atração de empresas para acabar com dependência do território chinês, tendo como exemplo a Zona Franca de Manaus. “Deveríamos criar pólos para atrair empresas da China, do México, por exemplo. Eles deveriam migrar para cá. Isso seria definitivo para sairmos da classificação de país em desenvolvimento para desenvolvido”.
De acordo com Pádua, uma reflexão constante da PKT Desenvolvimento Empresarial gira em torno de como mudar o modo gestão para ter mais eficiência. E por isso criaram um modelo diferenciado que está sendo utilizado pelos clientes neste período crítico. Trata-se do Programa SemaNow. “Como o próprio nome sugere, são ações para se executar no prazo de uma semana. É um programa que prima pela execução das definições do que empresa precisa fazer – e linkar com visão de futuro. Ele é bastante interessante para criar um novo modelo de gestão, que está muito mais alinhado com o momento de transformação e inovação que estamos vivenciado”, garantiu.
Luis reforça que o diferencial para o programa funcionar é o timing. “O programa endereça tudo que tratamos no nosso bate papo em ações práticas, abordando a visão holística do processo, pessoas, parceiros, fornecedores, com o grande desafio de mudar o mindset para semana e não mais meses e anos. Isso é feito com o auxílio de check points bem estabelecidos – ai gestão de crise funciona”, ressaltou.
William encerrou o encontro virtual reforçando que para que as empresas consigam enfrentar a crise é preciso velocidade e estratégia, e contar com um framework para se basear é fundamental para cobrir todas as frentes de atuação corporativa. Daí a relevância de um programa como este apresentado pela PKT Desenvolvimento.
Em um cenário como o atual, há muita dúvida sobre como as marcas devem agir. O que devem ou não fazer? Quais ações podem ser consideradas oportunistas? E não fazer nada, pode ser omissão? Ter um propósito autêntico permitirá às empresas e seus gestores ganharem credibilidade e gerar empatia com todos os seus stakeholders.
Para auxiliar empresas na construção de posicionamentos e na correta gestão de marca, a PKT Desenvolvimento Empresarial realizou, junto da Verbo Creative Intelligence, um bate papo virtual voltado para “Como deve ser a comunicação e gestão de marcas num cenários de mudança”. Participaram do encontro virtual Pádua Teixeira, nosso Presidente, Rodrigo Figueiredo, Sócio-diretor da agência Verbo Creative Intelligence, e a Renata França, Professora da Fundação Dom Cabral – FDC.
O consenso entre os três participantes foi que o mercado mudou por conta da Covid-19 e algumas mudanças vieram para ficar. E o foco da conversa foi justamente discutir quais lições e ações as empresas devem tomar neste novo momento.
Rodrigo trouxe dados de mercado que comprovam esse novo cenário. Com base na pesquisa realizada em março pela Kantar, líder global em dados, insights e consultoria, sobre o Covid-19, ele mostrou que o Brasil é o segundo país mais preocupado com a situação da Pandemia, atrás apenas da China. E a preocupação gira em especial em três pontos: recessão econômica (54%), saúde pessoal (49%) e escassez de recursos (29%).
Tal preocupação leva a mudanças na nossa rotina, desde cuidados com a saúde até planejamento financeiro. E aqui, informação é primordial para pautar esses novos hábitos. Assim, é natural que o consumo de mídia, que já estava crescendo, tenha aumentado sensivelmente nos mais diversos canais. Mas como as marcas estão se comportando frente a isso? Rodrigo apontou que as mensagens focadas na temática do vírus passaram a dominar os meios de comunicação. A em meio a tantas inserções publicitárias falando sobre o tema, ele alerta que é preciso cuidado para se comunicar.
De acordo com o levantamento da Kantar, a expectativa é que os esforços das empresas sejam para:
Para ilustrar como tudo isso deve acontecer na prática, Rodrigo apresentou cases de sucesso, como Outback e Netflix, e outros que mostram exemplos negativos, como o caso do Madero e da Prefeitura de Teresina.
O profissional deu então algumas diretrizes sobre como as empresas podem agir neste momento crítico. Evitar a omissão e o oportunismo foi a primeira delas. “Não é indicado fingir que nada está acontecendo ou não se manifestar. Mas também não podemos pensar só em vendas e na sobrevivência do negócio. O equilíbrio é imprescindível”, orientou.
Segundo o diretor da Verbo Creative Intelligence, as empresas e marcas serão lembradas pela forma como reagem à crise. Por isso, construir relacionamentos duradouros é a base para saírem mais fortes depois deste momento tão incerto.
Escolher o protagonismo também é determinante para as companhias que buscam uma correta gestão de marca. “Dentro dos valores que tenho, minha cultura, minha maneira de me comunicar, eu preciso de um posicionamento. Aqui, convém avaliar qual papel como gestor ou líder de uma marca quero ser ou ter”, reforçou.
Ainda assim, ele alerta sobre como deve ser esse protagonismo. Antes de colocar as coisas em prática, é preciso: ouvir clientes e stakeholders, ver e checar a legitimidade entre valores e práticas da organização e falar com o mercado (times internos, clientes e demais stakeholders).
Rodrigo ainda listou pontos chave para as marcas pautarem suas ações frente a tantas mudanças:
Confira a apresentação completa aqui.
Renata França, da FDC, fez uma apresentação complementar a do Rodrigo. A ideia foi listar aos participantes um passo a passo ou metodologia para uma melhor gestão da comunicação durante a Covid-19. “Sabemos da importância da comunicação e os efeitos da falta dela. O silêncio pode custar muito para a reputação, então queremos compartilhar um conteúdo que as organizações possam aplicar de maneira pragmática”, explicou.
Para Renata, é decisivo se posicionar. Além do cuidado com o que vai ser dito, é fundamental levar em conta outro ponto: o timing da comunicação. “O momento exige dinamismo e perder a oportunidade de se manifestar pode ser prejudicial”, afirma.
Dado os públicos citados, a expectativa é que a empresa estimule o protagonismo das lideranças, o engajamento dos colaboradores, dê mais consistência ao propósito organizacional e preserve a reputação da marca.
Renata orienta sobre o tom dessa comunicação, que deve ter um senso de urgência, explicar qualquer decisão corporativa de forma transparente e assertiva. Importante também construir uma ponte para o futuro, ou seja, inspirar para o período pós-pandemia, dando direcionamento e renovando o ânimo da equipe.
Renata apresenta um fluxo que deve ser seguido para colocar a gestão em prática:
1) Mapear stakeholders: com quais vai se comunicar, ter empatia para identificar suas dores para então se conectar com eles, estabelecendo um caminho mais humanizado, com conteúdo mais assertivo e relevante;
2) Mensagem e tom da comunicação: alinhar não apenas a mensagem a ser passada, mas o tom dela – assertivo, colaborativo, positivo, etc.;
3) Canais e pontos de contato: é importante definir um porta-voz oficial para comunicação com cada um dos públicos, essa formalização proporciona legitimidade e serenidade no processo;
4) Frequência de resultados: cada organização precisa ter um sensor para definir a frequência com que vai se comunicar para cada público;
5) Execução e monitoramento: a comunicação deve estar organizada de forma sistemática com responsabilidades definidas para execução e gestão dos resultados. Definir os responsáveis por essa gestão irá contribuir para a construção da relação de confiança da organização.
Fora a parte dolorosa da crise, somos privilegiados pela mudança comportamental a qual estamos sendo conduzidos. É assim que Pádua inicia sua fala. Para ele, este é um momento de revermos tudo que fazíamos. “Nós achávamos que éramos velozes, quando na verdade éramos lentos. Está tudo mudando em uma velocidade inimaginável. E os gestores, empresários, líderes precisam não apenas acompanhar as mudanças, mas ajudar na sua condução”, destaca.
Para o presidente da PKT Desenvolvimento Empresarial, a gestão está sendo feita de forma cada vez mais pontual, pois não há tempo hábil para fazer grandes projeções de longo prazo. “O planejamento precisa ser preciso, focado em resultados próximos e tangíveis, mas sem perder a noção de futuro, porque a empresa que eu quero amanhã depende do que eu vou fazer hoje”, orienta.
Pádua diz que o momento é particularmente desafiador porque também exige uma mudança cultural. “Espera-se um novo comportamento das empresas, no sentido de não apenas focar no que é de seu interesse, mas de interesse social. É um momento bastante colaborativo, em que pessoas e empresas se aproximam, compartilham conhecimentos e ideias. O mercado, stakeholders, clientes, a sociedade anseiam por isso e reconhecem as empresas que o fazem de maneira correta. E também os que não o fazem. Prova disso são os cases apresentados pelo Rodrigo, que mostram o sucesso das marcas que se posicionaram corretamente e no timing certo”, reconhece.
Para Pádua, os dirigentes devem assumir um papel de protagonistas e se posicionarem de maneira autêntica. “É a hora de arregaçar as mangas e agir”, reforça. E, para isso, contar com a tecnologia é extremamente estratégico para colocar em prática projetos engavetados, se aproveitando da velocidade absurda com que isso pode acontecer quando contamos com as ferramentas certas. “Se fosse em situação normal, alguns projetos dificilmente seriam colocados em operação, ou até seriam, mas em um ritmo lento. Agora, com essa mudança na entrega, isso pode ser feito em dias, o que é incrível”, comemora.
Assim, apesar do sofrimento a que muitas empresas estão expostas, em especial financeiro, Pádua acredita que é a hora da gestão das empresas focar em um trabalho em equipe e compartilhado, não mais pautado em um modelo de gestão vertical. “A conexão é full time, o que permite uma dinâmica maravilhosa”. Ainda assim, ele dá um alerta: é preciso criar um modelo de trabalho e se adequar, para que os profissionais possam suportar e acompanhar as mudanças. “Tem gente trabalhando 14 horas por dia e é necessário cuidar do corpo e da mente. Buscar o equilíbrio é a chave, porque a pandemia vai passar e temos que estar prontos para o que vem depois dela”, conclui.
Dificilmente uma crise é um incidente isolado. Também não costuma ser algo passageiro: ela começa, vai se desdobrando até atingir o ápice e, enquanto isso, vai impactando a vida de pessoas e organizações. E esse impacto não é pontual, vai tendo seus efeitos sentidos por um bom tempo. Por isso, uma coisa é certa: precisamos nos preparar para enfrenta-la da melhor maneira possível.
A crise atual que estamos vivenciando é prova disso. Sem precedentes na história, esta pandemia do COVID-19 mostra o quanto estamos suscetíveis não apenas economicamente, mas socialmente. Para os empresários que buscam a sobrevivência de seus negócios, os desafios são diversos e este é o momento de se organizarem para combate-la com sabedoria, estratégia e foco.
Para trazer alguns insights sobre como enfrentar este momento incerto, o escritório Finocchio & Ustra (FIUS), com o apoio da PKT Desenvolvimento Empresarial, organizou uma live sobre Gestão de Crise. Além do sócio do escritório, José Finocchio Jr, o evento contou com a participação de Antonio Pádua, Presidente da PKT Desenvolvimento Empresarial, e Leonardo Coelho, da Alvarez Marsal.
Acompanhe alguns dos principais pontos abordados.
Presidente da PKT Desenvolvimento Empresarial, Associada a Fundação Dom Cabral
Para Pádua, é preciso entender a crise para encontrar nela formas de contorna-la. Em um cenário totalmente novo como o que estamos vivendo, as empresas precisam se adaptar às novas exigências. “Estamos aprendendo uma nova forma de trabalhar. Nunca pensamos em uma situação como esta, em que trabalhar remotamente seria a única alternativa para diversas empresas. O que tenho visto são reuniões cada vez mais produtivas, assertivas e efetivas”, conta.
Ele também destaca que diversas empresas que até então estavam postergando seus investimentos em tecnologia e transformação digital agora estão tendo que se adaptar, e com muito mais agilidade. E isso não vale apenas no ambiente tecnológico. “A questão do tempo entre planejar e executar mudou completamente nessa crise. Se antes se planejava muito antes de colocar em prática, agora está muito mais dinâmico e este é o guideline que teremos daqui pra frente”, ressalta.
Pádua destaca também o comportamento da alta gerência das empresas que pode e deve aproveitar o momento para mostrar sua qualidade, trabalho árduo e com foco em performance. “Tenho percebido uma energia impressionante desses profissionais nas empresas clientes da PKT”, conta.
Para Pádua, apesar de não termos o timing de quando a crise se encerra, sabemos que ela vai passar e, por isso, as companhias precisam se preparar para saírem mais fortes dela, ainda mais porque o pós-crise nunca é simples. “A engrenagem de consumo vai demorar a se normalizar. Quem usar esse momento para se preparar em todos aspectos, inclusive financeiro, terá uma janela de oportunidades como nunca antes”, afirma Pádua.
O profissional, que atua com a implantação de Comitê de Gestão de Crise da FDC em empresas, explica que o objetivo do Comitê é ter uma equipe multidisciplinar trabalhando em ações de curto (uma semana) e médio prazo (dois meses) para reduzir danos e monitorar resultados, sempre focando no alinhamento organizacional.
Para colocar isso em prática, é preciso contar com um roteiro que traga:
1) Papeis e responsabilidades das pessoas, que devem ser cumpridos à risca;
2) Boas práticas de Governança, com mapeamento dos stakeholders, fornecedores, sociedade e governo (para entender o que está acontecendo não apenas dentro da companhia, mas no entorno da empresa);
3) Plano de Comunicação transparente para que as informações trocadas com todos os players seja clara e correta.
“Todo mundo está aprendendo muito com tudo isso. Montamos cenários, criamos hipóteses, indagamos, e isso deve servir de base para nossa estratégia e para criarmos um plano de ação executável a curto prazo. É a hora de aproveitar para se reinventar”, finaliza.
Alvarez Marsal, atua com reestruturação de empresas de diversos portes e segmentos
Em sua explanação, ele lembrou das últimas crises que enfrentamos em 1997, 1998, 2001 e 2008, todas elas com uma razão econômica por trás, em especial a última, nascida e tratada no sistema financeiro. A crise atual, no entanto, nunca antes foi vivida na história, em especial por seu caráter de isolamento social. E isso gera muitas incertezas. Para Leonardo, é preciso criar cenários, ou seja, rol de situações que devemos projetar no tempo para ancorar nossas decisões no curto prazo.
Na Alvarez Marsal, eles projetaram dois cenários:
1) Isolamento vertical: todos retomando suas atividades e voltando ao trabalho em duas semanas
2) Isolamento horizontal: as atividades sendo retomadas em dois ou três meses
Independentemente de qual deles se concretizar, Leonardo é categórico ao afirmar que as decisões tomadas a partir daí não são muito distantes, porque muita coisa mudou com o COVID-19 e as empresas e mercado não estarão com o mesmo vigor de antes da crise. Assim, o pacote de medidas para esse momento é similar nos dois cenários, mas são necessárias adaptações para cada um deles.
Apesar de não acreditar que exista uma receita para esse momento de crise que estamos vivenciando, Leonardo sugere três blocos de ações, dois muito voltados pra dentro da empresa e um para fora, já com um viés otimista de final de crise.
Bloco 1) Proteção do caixa: este é o momento de privilegiar o caixa da empresa e ele aconselha a segurar o máximo de capital possível, gastando estritamente o necessário;
Bloco 2) Medidas de cunho operacional: realizar uma otimização do que existe no balanço da empresa e também nos seus processos, para possíveis refinamentos;
Bloco 3) Oportunidades: crises são também momentos de oportunidades. É fato que grande partes dos players não vão sair do outro lado da crise, mas quem fizer a lição de casa com rapidez, focando em ações para sobreviver à crise, poderá aproveitar as oportunidades que surgem no prós-crise.
De acordo com o profissional, essa crise tem um tempo determinado para se encerrar, já que não se trata de sistema econômico. Assim, há um choque de demanda brutal, mas em algum momento ela acaba e quem tiver dinheiro em caixa poderá ter condições para rever seus negócios, expandi-los, focar em novas áreas de atuação, produtos novos, com destaque para o e-commerce, que vem ganhando ainda mais relevância nesse momento de isolamento.
Finocchio tratou dos aspectos jurídicos práticos, trabalhista, tributário e contratual durante a gestão de crise. Ele abriu sua explanação apresentando as estratégias mais discutidas nos comitês de crise dos quais ele faz parte, em especial aquelas que abordam a Medida Provisória (MP) 927, que trata de medidas específicas referentes ao regime de trabalho durante a COVID-19.
Segundo Finocchio, as 5 mais discutidas são:
1) Home Office
2) Férias Coletivas e Banco de Horas
3) Antecipação de Férias individuais
4) Alteração de turno de trabalho
5) Redução de jornada de trabalho
O advogado também listou os principais pontos da Legislação Anticrise:
Simples nacional: Diferimento do prazo de vencimento: Referente às apurações de março, abril e maio de 2020, com vencimento em abril, maio e junho de 2020 (apenas parcela federal).
Imposto de importação & IPI: Alíquota zero: Redução temporária, até 30 de setembro de 2020, para os produtos que podem auxiliar na contenção da disseminação do coronavírus, bem como adoção de tratamento prioritário para a liberação dessas mercadorias antes mesmo da inspeção aduaneira.
CND Federal: Prorrogação por 90 dias: Das Certidões Negativas e Positivas com Efeitos de Negativa de Débitos relativos a Créditos Tributários Federais e à Dívida Ativa da União (CND e CPEND) válidas na data da publicação da Portaria Conjunta (24/03/20).
PGE: Suspensão de atos de protestos: Suspensos por 90 dias os atos destinados a levar a protesto débitos inscritos na dívida ativa.
RFB & PGFN: Suspensão de atos processuais e procedimentos: Tais como, aviso de cobrança, exclusão de parcelamento, emissão de despacho decisório em PER/DCOMP e medidas de protesto. Até 29 de maio de 2020 o atendimento presencial nas unidades da RFB será restrito a alguns serviços.
FGTS: Suspensão da Exigibilidade: Do recolhimento do FGTS pelos empregadores, referente às competências de março, abril e maio de 2020, com vencimento em abril, maio e junho de 2020 e possibilidade de parcelamento em até seis parcelas mensais, a partir de julho de 2020, sem a incidência de atualização, multa e encargos, para informações declarada até 20 de junho de 2020.
Sistema “S”: Redução 50% das Contribuições: A medida foi apenas anunciada, mas ainda não normatizada.
Entre as possíveis estratégias para administração de caixa durante a pandemia do COVID-19, o escritório listou quatro principais caminhos:
1) Portaria MF nº 12/2012 – Prevê a prorrogação do prazo para pagamento de tributos federais em caso de decretação de calamidade pública estadual, porém condicionada à publicação de uma Portaria RFB, inclusive com a definição dos municípios (art. 3º).
2) Parcelamento dos débitos – Parcelamento Federal Simplificado e Ordinário no âmbito da RFB e previdenciários em até 60 prestações mensais, cujo valor consolidado não ultrapasse R$ 5 milhões. – ICMS: Se antes do vencimento, incidência de multa de apenas 2%. É possível coexistir até 7 parcelamentos ordinários de débitos não inscritos.
3) Levantamento dos créditos – Importância em revisar e analisar a possibilidade de apropriação de créditos PIS/Cofins e ICMS, inclusive aqueles com discussões controversas.
4) Aproveitamento de liminares – Cenário a ser adotado pelos contribuintes que possuam liminares ou sentenças em Mandado de Segurança autorizativas para compensação do crédito tributário em discussão e que optaram por aguardar o trânsito em julgado.
Já os assuntos que permearam as discussões na esfera contratual durante a crise, segundo Finocchio, são:
1) Notificações de suspensão de pagamento por caso fortuito
2) Cancelamento do pagamento X Suspensão do pagamento
3) Contratos de longo prazo e execução continuada
4) Desequilíbrio contratual
Pádua reforça que o tema discutido é muito delicado e requer de todos, independente da posição que ocupem, muita serenidade, assertividade e agilidade na tomada de decisão. A preocupação é geral e a ideia é acompanhar seriamente todas as notícias e alterações propostas pelo governo para serem debatidas nos próximos encontros.
“Utilizando a expertise da nossa equipe, vamos compartilhar com você cenários, recomendações, insights e muito mais para que juntos possamos passar por esse momento mais fortes”, conclui.
Nenhum brasileiro será deixado para trás. Essa foi uma das falas do ministro da Economia, Paulo Guedes, em uma live organizada pela XP Investimentos durante o último fim de semana. Além do ministro, que afirmou que que deve ser gasto até 5% do PIB contra pandemia, o evento online reuniu o CEO da XP, Guilherme Benchimol, Fernando Ferreira, estrategista-chefe da XP, Marcos Ross, economista-sênior da XP, além do analista político da XP Richard Back e o diretor institucional Rafael Furlanetti.
Para quem não pode acompanhar a entrevista, listamos alguns dos principais pontos abordados. Acompanhe!
Para ver na íntegra, clique aqui.
Paulo Guedes abriu o bate papo contextualizando o momento pré-crise e o atual. Para ele, o mundo estava desacelerando, mas o panorama nacional era diferente. Segundo o ministro, dois eventos limitaram o crescimento da economia em 2019: Brumadinho e o colapso da economia Argentina, o que cortou crescimento no primeiro semestre, mas no segundo o crescimento já começou a acelerar novamente. Foi então em um momento de retomada da economia brasileira que fomos atingidos pela pandemia, pois “estava tudo encaminhado para ser um semestre excepcional com reformas em andamento no Congresso”.
Assim que o país foi atingido pelo que Paulo Guedes chama de meteoro, foram aprovadas uma série de medidas para ajudar os estados e municípios, além de fortalecer o sistema de saúde nacional, garantindo os recursos necessários para combater a crise.
Sobre a divisão dos recursos injetados na economia, o ministro pontuou:
Somados, isso representa uma injeção de quase R$500 bilhões de liquidez girando na economia em três meses, o que deve representar um impacto extraordinário. Também foi feita a feita a rolagem de dívida de estados e municípios e foram destinados R$3 bilhões para o programa bolsa família. De acordo com o ministro, primeiro foram incluídos aqueles que solicitaram o auxílio para que ninguém fique sem assistência. “Nenhum brasileiro vai ficar para trás”, ressalta. Em seguida será feito o filtro de fraudes via Medida Provisória para remover quem não estiver dentro do grupo que deveria receber o benefício.
Paulo Guedes reforça que é obrigação do governo transferir renda pros mais frágeis, que são 38 milhões de brasileiros. “Há um grupo que nunca pediu auxílio (informais e autônomos) que vai precisar de ajuda nesse momento”, diz.
Algumas das medidas para isso serão:
1) R$50 bilhões para plano chamado Auxílio emergencial aos informais (AEI); “São os R$600,00 mensais que eles receberão durante a tragédia que nos atinge”, afirma;
2) R$ 50 bilhões de auxílio da folha de pagamento para empresas que mantenham seus empregados – para aquelas que não demitirem seus trabalhadores, vão complementar parte da folha de pagamento;
Somando toda essa injeção na economia, o valor se aproxima de R$750 bilhões, que é cerca de 4.8% do PIB nacional. Paulo Guedes explica que teremos um déficit, mas acredita que em dois ou três meses as coisas devem mudar e poderemos nos recuperar.
“Todos entenderão que gastamos muito, mas controlamos a trajetória dos gastos. No ano que vem estaremos voando de novo. Fomos atingidos por um meteoro, mas sabemos como sair”, diz o ministro, para quem este é um ano excepcional, será necessário gastar mais e focar em reformas estruturastes para garantir o futuro do país e a retomada do crescimento.
Entre os motivos que dão o tom de otimismo ao discurso de Paulo Guedes frente aos efeitos dos estímulos econômicos, ele lista que serão destravados os investimentos em “saneamento, infraestrutura, privatizações, setor elétrico, cabotagem, após resolver esse problema da pandemia. Após essa onda, vamos dar um exemplo e sair dessa crise”, argumentou.
Sobre a relação entre governo e equipe econômica, Paulo Guedes afirma que estão alinhados. E o que o presidente está fazendo é alertar a população das fases desta crise: primeiro teremos isolamento pra achatar a curva, mas é necessária preocupação com segunda onda, que será muito forte e terá consequências econômicas.
Agora estão trabalhando com Medida Provisória para chegar no “setor real”, com medidas de quantitative easing, por exemplo, para chegar no setor real; Banco Central sendo envolvido para tornar isso possível.
Segundo o ministro, o país já contava com um programa de crise de emergência fiscal, que passou por um redesenho para conseguir levar dinheiro para ponta, ou seja, para os estados se defenderem.
Sobre possível saída do governo, ele é categórico. “Esquece, não vou deixar o país no momento mais difícil sabendo que posso ajudar”, afirma, reforçando que está trabalhando 24h para ajudar o brasileiro.
Paulo Guedes explica que um dos pontos críticos para o país está na produção de ventiladores pulmonares. Hoje o país conta com quatro produtores (dois grandes e dois pequenos) e a produção, que era de 250 por semana, já chega a 1 mil. Ainda assim, para acompanhar a curva são necessários 1400, então o quanto os empresários puderem ajudar no sentido de incentivar a produção, melhor.
Outro ponto crítico seria a produção de testes para detecção do vírus, que precisa ser escalonada para passar de isolamento vertical para horizontal para impedir maiores impactos na economia. Ele usa de exemplo iniciativas de empresas como a Vale, que comprou testes para seu próprio pessoal, e doará o restante para sistema público, e a Ambev, que comprou 1 milhão (deve usar 70 mil) e vai doar o restante. É algo que funcionou em países como Japão, Coreia do Sul e Singapura.
Como mensagem para os empresários, ele pede calma e que evitem demissões. Isso porque em alguns dias devem operacionalizar a ajuda para redução de salário, que será acessível pelos bancos ou maquininhas. O mesmo vale para informais/autônomos.
Democracia do Brasil é madura. Os poderes fazem ruído, mas isso acontece porque eles são independentes. Como vimos na previdência, Brasil será exemplo. A economia decolará mais uma vez assim que passar esta crise, em quatro ou cinco meses o cenário será muito diferente. Reformas estruturastes são essenciais para isso.
Ele cita que o desafio da execução das medidas existe. “Estamos indo na direção contrária de nossa trajetória no governo, em questão de semanas. Execução na Caixa, BNDES, INSS, etc tem que ter efeito imediato porque o impacto da saúde já está aqui. Será um desafio, mas estrutura do setor público é forte”, garante.
Não há acordo sobre duração de isolamento e o balanço economia-saúde ainda não é claro. Para o ministro, não sabemos quanto a economia aguenta ou quanto a saúde suporta. “Sabemos que, se as linhas básicas de suprimento forem mantidas, a gente até consegue esticar o período de quarentena. Não sabemos quanto tempo”, afirmou. “O período que a economia aguenta possivelmente é menor que a saúde exige”, completou.
“Quando o Mandetta (ministro da Saúde) fala que os casos vão subir, ele diz que os casos ficam três meses lá em cima antes de cair. 30 dias todo mundo aguenta. Segundo mês as empresas começam a abrir o bico. Vai depender muito de como suba a nossa curva”.
“BNDES e CAIXA são 100% nossos e temos total controle sobre as operações. Banco do Brasil (BB) é uma empresa listada, mais difícil pedir dinheiro. De qualquer forma, o presidente do BB tem rolado as dívidas, capitalizando e empurrado tudo para a frente.” Foi assim que Guedes argumentou que espera a divisão de risco com os bancos, em especial no que diz respeito às empresas menores, onde o dinheiro não está chegando.
A ideia, segundo Guedes, seria dar um empurrão no banco e correr um risco. “Separamos um dinheiro no Tesouro. Primeiro, R$ 40 bilhões. Vamos dividir o risco com o banco. Estamos bancando 85% do risco atualmente. E precisamos dos bancos com o skin in the game”, conclui.
Na última quarta-feira (01/04), foi publicada a Medida Provisória 936, que estabelece o Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda. A MP permite a suspensão de contratos de trabalho ou a redução salarial e de jornada para redução de custos com a folha de pagamentos e evitar demissões durante a Pandemia do Coronavírus (COVID-19).
Para tratar das alterações trabalhistas, tema complexo, que impacta empresas, empresários e colaboradores, a Fundação Dom Cabral (FDC) realizou um webinar – o encontro online faz parte de uma série de iniciativas da FDC para trazer conteúdos relevantes em tempo de crise. O encontro contou com a participação de Antonio Pádua, presidente da PKT Desenvolvimento Empresarial e associada da FDC em Campinas e interior do estado, José Finocchio, sócio do escritório Finocchio & Ustra (FIUS), e Veridiana Police, sócia trabalhista do FIUS.
Menos de 18 horas após a divulgação da MP 936, o escritório levou aos participantes da live um compilado das principais mudanças trabalhistas, apresentando um histórico das alterações desde o início da pandemia, passando pela MP 927, que reconhece a força maior da pandemia decorrente da COVID-19 e altera regras da CLT para possibilitar a continuidade da atividade econômica das empresas e evitar a dispensa de trabalhadores, até a divulgação por parte da Secretaria Especial do Trabalho e Previdência (vinculada ao Ministério da Economia), do Programa de Proteção Emergencial do Emprego e da Renda.
“Foram poucas horas de sono, mas um esforço fundamental para nos ajudar a cumprir o papel de orientar empresários sobre as mudanças. Este compilado apresenta esclarecimentos importantes a respeito das alterações na legislação, que estão acontecendo em caráter excepcional e representam o momento delicado que estamos vivendo”, esclarece Finocchio. Para ele, trata-se de uma MP com força social e impacto econômico.
Tratam-se de medidas emergenciais que, na visão do Governo Federal, possibilitarão a continuidade da atividade econômica e a manutenção dos postos de trabalho. Segundo Veridiana Police, a MP 936 representa uma importante mudança no modo de pensar das empresas e foi muito ansiada pelo empresariado e classe trabalhadora para enfrentar a crise pela qual estamos passando. A proposta de implementar esse programa chega para fazer frente à preservação de empregos e renda, para além do cuidado com a atividade econômica.
A advogada explicou que a MP 936 apresenta duas medidas emergenciais que envolvem empregador, empregado e governo, e representam R$51 bilhões aos cofres públicos para compensações financeiras e manutenção de parte do poder de compra do trabalhador. “É um movimento do estado intervindo no caos social que estamos vivenciando”, ressalta.
Suspensão Temporária do Contrato de Trabalho com pagamento do Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda, equivalente ao valor do Seguro Desemprego a que os empregados teriam direito – a MP estipula como prazo máximo 60 dias e a jornada, neste caso, fica travada e a empresa não paga salários e não poderá cobrar qualquer tipo de prestação de serviço dos colaboradores.
Redução de Jornada/Salário em até 70% com Preservação da Renda – a equipe econômica estabeleceu três faixas possíveis de redução: 25%, 50% ou 70%; os ajustes de salários são proporcionais aos cortes e, para esses casos, o limite temporal é de 90 dias.
Para ambas as medidas, o governo garantirá o pagamento do Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda, chamado por Veridiana de BEPER. O cálculo está atrelado às regras do Seguro Desemprego a que o trabalhador teria acesso na hipótese de rescisão do contrato de trabalho, que depende da média salarial dos últimos três meses anteriores à rescisão.
Para ter acesso completo às regras e simulações, baixe o material aqui.
“Não apenas o vírus está vivo, mas a legislação também. É importante as empresas olharem para o momento, perceberem que podem sobreviver e que precisam manter os empregos para o cenário futuro que se projetará em breve”, garante a advogada. Ela aconselha os empresários a não tomarem ações afoitas, pois o melhor a fazer é se valer de bons instrumentos jurídicos que estão sendo disponibilizados.
Ela ainda orienta: “É essencial primar pela transparência, para que o trabalhador entenda porque é preciso reduzir jornada ou até suspendê-la. Com a regra da transparência e da boa fé, tudo vai funcionar melhor nesse período tão crítico”, conclui.
A PKT Desenvolvimento Empresarial, junto da FDC, busca ser protagonista no compartilhamento de informação de qualidade em meio à crise que estamos vivenciando. Por isso, prioriza iniciativas como este encontro online, que reuniu profundos conhecedores da nossa legislação. Foi um momento para explicar as mudanças trabalhistas e tirar dúvidas em um período tão incerto.
Agradecemos a parceria do escritório Finocchio & Ustra e também a disponibilidade de seus profissionais para tantos esclarecimentos. O FIUS faz parte do PAEX – Parceiros para a Excelência, programa que reúne empresas de médio porte interessadas em aumentar sua competitividade, elevar seus resultados e criar as bases para a perenização do negócio. O FIUS também implantou o Comitê de Gestão de Crise da FDC, a fim de criar formas de enfrentar esta pandemia do COVID-19.
A pandemia do Coronavírus (COVID-19) implicou em diversas medidas tributárias no país, as quais foram anunciadas pelos Governos Federal e Estadual nas últimas semanas e provavelmente outras medidas ainda sejam editadas nas próximas semanas. Proprietários de empresas de diferentes portes viram-se obrigados a acompanhar a Legislação Anticrise e suas implicações neste momento de incertezas.
Para tratar do tema e sanar dúvidas, o escritório Finocchio & Ustra (FIUS), com o apoio da PKT Desenvolvimento Empresarial, realizou uma live na última semana. E um time de peso do FIUS conduziu esse encontro online sobre o que muda no aspecto tributário durante a COVID-19: José Finocchio, Octávio Ustra, Juliana Fávaro, Bruno Santo e Kethiley Fioravante.
Para Octávio Ustra, os desafios são crescentes e têm implicado em dificuldade de caixa para diversos segmentos do mercado, como comércio, indústria, prestadores de serviço, entre outros. E as medidas do governo vêm no sentido de minimizar seus impactos e permitir um fôlego para as empresas. “O FIUS, inclusive, tem trabalho em soluções voltadas para esse momento de crise, focando na realidade fiscal e em melhores pacotes de soluções para clientes. Assim, busca entender o momento individual de cada um e conectar com as possibilidades que a legislação apresenta nesse cenário”, acrescenta Ustra.
Segundo o advogado, este é o momento para concentrar em estratégias para administração dos fluxos de caixa dos contribuintes, e é importante lembrar que, no panorama legislativo, é preciso estar atentos não apenas às mudanças federais, mas também nas legislações estaduais e municipais.
O FIUS listou os principais pontos da Legislação Anticrise:
Diferimento do prazo de vencimento dos tributos federais apurados pelo Simples: Referente às apurações de março, abril e maio de 2020, com vencimento em abril, maio e junho de 2020 (apenas parcela federal).
Alíquota zero: Redução temporária, até 30 de setembro de 2020, para os produtos que podem auxiliar na contenção da disseminação do coronavírus, bem como adoção de tratamento prioritário para a liberação dessas mercadorias antes mesmo da inspeção aduaneira.
Prorrogação por 90 dias: Das Certidões Negativas e Positivas com Efeitos de Negativa de Débitos relativos a Créditos Tributários Federais e à Dívida Ativa da União (CND e CPEND) que estejam válidas na data da publicação da Portaria Conjunta (24/03/2020).
Suspensão de atos de protestos: Suspensos por 90 dias os atos destinados a levar a protesto débitos inscritos em dívida ativa.
Suspensão de atos processuais e procedimentos: Tais como, aviso de cobrança, exclusão de parcelamento, emissão de despacho decisório em PER/DCOMP e medidas de protesto. Até 29 de maio de 2020 o atendimento presencial nas unidades da RFB será restrito a alguns serviços.
Suspensão da Exigibilidade: Do recolhimento do FGTS pelos empregadores, referente às competências de março, abril e maio de 2020, com vencimento em abril, maio e junho de 2020 e possibilidade de parcelamento em até seis parcelas mensais, a partir de julho de 2020, sem a incidência de atualização, multa e encargos, sendo obrigatório que as informações sejam declaradas até 20 de junho de 2020. Os certificados de regularidade emitidos até 22/03 terão sua validade prorrogada por 90 dias.
Redução 50% das Contribuições: A medida foi apenas anunciada, mas ainda não havia sido normatizada na data do webinar. Todavia, no dia 31/03/2020 foi publicada a Medida Provisória nº 932, que reduziu as alíquotas das contribuições devidas aos seguintes terceiros: SESCOOP, SESI, SESC, SEST, SENAC, SENAI e SENAR.
Entre as possíveis estratégias para administração de caixa durante a pandemia do COVID-19, o escritório listou os cinco principais caminhos:
1) Discussão judicial com base na Portaria MF nº 12/2012 que prevê a possibilidade de prorrogação do prazo de vencimento de tributos federais por três meses em caso de decretação de calamidade pública estadual.
2) Parcelamento dos débitos – Parcelamento Federal Simplificado e Ordinário no âmbito da RFB e previdenciários em até 60 prestações mensais, cujo valor consolidado não ultrapasse R$ 5 milhões. – ICMS: Se antes do vencimento, incidência de multa de apenas 2%. É possível coexistir até 7 parcelamentos ordinários de débitos não inscritos.
3) Revisitar a estratégia tributária da sua empresa:
(a) PIS/Cofins/ICMS: revisar e analisar a possibilidade de apropriação de créditos PIS/Cofins (e.g. transporte de funcionários, EPI, publicidade e propaganda, controle de pragas, tratamento de efluentes, segurança e vigilância) e ICMS (cujas hipóteses são mais limitadas, mas merecem também uma revisão), inclusive aqueles itens mais controversos (a RFB tem editado algumas soluções Cosit que vem aumentando quais itens podem ser objeto de créditos de PIS/Cofins);
(b) IRPJ/CSLL: principalmente para empresas no lucro real, rever despesas e olhar possibilidades de maiores deduções, critérios de PDD, opção de caixa x competência para reconhecimento de variação cambial ativa/passiva, validar possibilidade de utilizar incentivos da lei de inovação tecnológica, exclusão das subvenções/benefícios de ICMS da base do IRPJ/CSLL, possibilidade de exclusão de JCP retroativo, aumento de despesas com PAT, dentre outros;
(c) Previdenciário: verificar verbas indenizatórias pagas a funcionários, que não devem compor a base de cálculo das incidências do INSS (e.g. auxílio-doença; os primeiros 15 dias que antecedem o auxílio-doença; vale-transporte pago; despesas médicas pagas ou reembolsadas; auxílio-alimentação, auxílio-creche e aviso prévio indenizado);
(d) Planejamento Tributário: rever formato de remessas ao exterior (serviço x reembolso x JCP x Juros x royalties) para garantir a dedutibilidade no Brasil (nos casos que não se refiram a lucro) e garantir menor impacto na remessa (cujo custo pode chegar a 50% de carga fiscal para impostos), bem como minimizar carga tributária sobre empréstimos externos.
4) Aproveitamento de liminares ou sentenças de ações judiciais de recuperação de crédito já ajuizadas pela empresa: a viabilidade de aproveitamento deverá ser analisada de acordo com o contexto da empresa, mas possibilitará uma redução imediata dos tributos a serem pagos.
5) Ajuizamento de outras ações de recuperação de crédito, para obtenção de liminar em razão da situação gerada pelo COVID-19, para diminuir a carga tributária suportada pela empresa, como por exemplo, limitar a base de cálculo das contribuições previdenciárias de terceiros a vinte salários mínimos.
Em situações urgentes como a atual, que pedem medidas do governo que implicam diretamente na saúde financeira das empresas, bate papos remotos como esse são imprescindíveis. Assim, empresários podem sanar suas dúvidas e tomar decisões importantes que impactarão na continuidade de seus negócios.
O escritório Finocchio & Ustra faz parte do PAEX – Parceiros para a Excelência, programa que reúne empresas de médio porte interessadas em aumentar sua competitividade, elevar seus resultados e criar as bases para a perenização do negócio. O FIUS também implantou o Comitê de Gestão de Crise da FDC, a fim de criar formas de enfrentar esta pandemia do COVID-19.
A atual Pandemia de Coronavírus tem alarmado toda a população. Para além de suas implicações na saúde, ela também tem influência direta na área econômica. Assim, é natural que, enquanto especialistas se esforçam diariamente para criar uma vacina que combata esse vírus, economistas e governo trabalhem para propor alternativas financeiras que possibilitem às empresas um melhor enfrentamento da COVID-19.
Foi em meio aos anseios de empresários e empresas por auxílio em um período tão incerto que o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) anunciou medidas para injetar R$ 55 bilhões no sistema financeiro brasileiro. Para esclarecer o funcionamento das novas linhas de crédito ofertadas pelo Banco, foi realizada pelo escritório Finocchio & Ustra (FIUS), com o apoio da PKT Desenvolvimento Empresarial, mais uma live, desta vez contando com a participação de Paulo de Tarso Vieira Barbosa e Elis Regina Vasconcelos, ambos da Proinvest Finance, e dos sócios do FIUS, Felipe Cervone e José Finocchio.
O BNDES anunciou um pacote de medidas com a injeção de R$ 55 bilhões na economia para reforçar o caixa de empresas e apoiar trabalhadores que estão passando pela crise. Esse valor será direcionado a 150 mil empresas, atingindo dois milhões de pessoas.
De acordo com o presidente do BNDES, Gustavo Montezano, esse montante será empregado para:
A live abordou toda a destinação dos recursos, mas as questões da maioria dos participantes que enviaram suas perguntas via chat tratava justamente sobre esse último assunto. Paulo de Tarso, explicou que a ampliação da linha de crédito, denominada “BNDES Crédito Pequenas Empresas”, é na verdade uma nova roupagem dada para uma linha que já existia, mas que se aplicava a outra categoria de empresas. Antes o limite de crédito por beneficiário era de R$10 milhões por ano. Com a situação do COVID-19, esse valor passou para R$ 70 milhões, pois incluiu as médias e médias grandes empresas.
No entanto, quem vai oferecer o crédito não será diretamente o BNDES, que, segundo Elis Regina, depende de agentes financeiro, os bancos, para acontecer. Isso porque a instituição carece de mão de obra e capilaridade para repasse dos recursos. No entanto, Elis ressalta que apesar dos agentes financeiros serem os responsáveis pela concessão do crédito, a medida é recente e os gerentes dessas instituições ainda não estão munidos de todas as informações. O BNDES enviou circulares aos bancos dando orientações, mas elas ainda estão sendo analisadas para então serem postas em prática.
Paulo de Tarso ainda garante que quem participou da live sai com uma vantagem. “O empresário pode chegar no seu banco sabendo que essa nova linha de crédito existe e está disponível para ele. É uma linha que traz mais vantagens com relação a taxas e prazos, em especial se comparada à aplicada por agentes financeiros. Assim, é possível ter poder de barganha junto dos gerentes de bancos”, orienta Tarso.
A PKT Desenvolvimento Empresarial reforça a importância desses encontros online em tempos de crise, que, com temas factuais e voltados para a economia, colaboram para manter empresários alertas para mudanças e oportunidades de manter seus negócios competitivos enquanto aguardam esse momento crítico passar.
O escritório Finocchio & Ustra faz parte do PAEX – Parceiros para a Excelência, programa que reúne empresas de médio porte interessadas em aumentar sua competitividade, elevar seus resultados e criar as bases para a perenização do negócio. O FIUS também implantou o Comitê de Gestão de Crise da FDC, a fim de criar formas de enfrentar esta pandemia do COVID-19.
Em razão da Pandemia de Coronavírus que estamos enfrentando, muitas regras e leis que vigoravam até então no nosso país tiveram que passar por revisões. Agora, por um período determinado, estarão vigentes novas medidas de enfrentamento de emergência da COVID-19. É o caso da Medida Provisória (MP) 927, que trouxe importantes alterações trabalhistas para o enfrentamento da crise do coronavírus.
Assim, as empresas brasileiras precisam ficar atentas para estarem em conformidade com as regras. Para auxiliar organizações e empresários no entendimento e aplicabilidade dessas mudanças, foi realizada uma live focada em trazer uma análise preliminar dos principais aspectos da MP, que vai vigorar enquanto estivermos no estado de calamidade pública. Organizado pelo escritório Finocchio & Ustra (FIUS), com o apoio da PKT Desenvolvimento Empresarial, o bate papo foi conduzido pela Drª Veridiana Police, sócia trabalhista do escritório, e contou com a participação de mais três advogados do FIUS especialistas na área, José Finocchio, Giovanni Cunha e Mauricio Gasparini.
“Trata-se de um momento novo para todos, em especial para os envolvidos na relação capital trabalho. Essa MP é retrato de como o direito é vivo”. Foi assim que a Drª Veridiana Police começou sua explanação.
Segundo a advogada, a MP trata de medidas específicas, como Teletrabalho (Home Office), antecipação de férias individuais e concessão de coletivas, aproveitamento e antecipação de feriados, nova formatação para banco de horas, suspensão de exigências administrativas em segurança e saúde no trabalho, direcionamento do trabalhador para qualificação e diferimento do recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS e regras da saúde do colaborador.
Sobre a vigência da MP, a advogada esclarece que ela é retroativa a partir de 22/02/2020 e durará pelo período do Estado de Calamidade Pública (até 31/12/2020). Explicou, ainda, que o artigo 18, que tratava da suspensão do contrato de trabalho, foi revogado pelo Presidente Jair Bolsonaro. “Por isso, devemos aguardar os próximos dias, que devem trazer uma nova discussão a respeito”, reforçou.
Confira os principais esclarecimentos sobre cada uma das medidas envolvendo relações de trabalho neste e-book.
A PKT Desenvolvimento Empresarial apoia iniciativas como a do escritório de advocacia, pois entende que, em tempos como os atuais, em que as mudanças são urgentes e não há tempo hábil para ser um profundo conhecedor delas, momentos como essa live permitem que os empresários possam ter direcionamentos importantes e de uma fonte de credibilidade indiscutível para cumprir a lei e também para manter suas empresas sustentáveis financeiramente.
O escritório Finocchio & Ustra faz parte do PAEX – Parceiros para a Excelência, programa que reúne empresas de médio porte interessadas em aumentar sua competitividade, elevar seus resultados e criar as bases para a perenização do negócio. O FIUS também implantou o Comitê de Gestão de Crise da FDC, a fim de criar formas de enfrentar esta pandemia do COVID-19.